
O mundo não é, nunca foi, homogéneo em culturas, religiões , modos de pensar , agir. Toda esta união de substancias diferentes, conservando em si cada uma das suas propriedades específicas, transforma o “nosso mundo” numa Torre de Babel desmoronada .
A diferença não implica conflito, mas a realidade mostra que as sociedades baralharam prioridades.
Os ódios crescentes estremam posições, fomentam rivalidades, transformam sentimentos adormecidos em sons de revolta irracionais.
O duelo” Islão vs Ocidente” espelha a realidade que vivemos.
Os vários pedidos de desculpas exigidos, motivados pelos ««cartoons»» ao profeta , são alvo de reflexão atenta.
A angustia sentida por numerosos muçulmanos, após a publicação das caricaturas que consideram um insulto à sua religião, não será certamente comparável à revolta sentida pela perda de inúmeras vidas nos diversos atentados impostos ao mundo ocidental.
11 de Setembro de 2001 ( mais de 800 vitimas); 11 de Março de 2004 -Atocha Madrid ( 191 vitimas), 7 Julho de 2005- Londres( 56 vitimas).
Ninguém exigiu desculpas destes actos criminosos saudados e celebrados em nome de Alá.
Em contrapartida, multidões em fúria no Irão, Síria, Indonésia, Paquistão, destruíram alvos europeus, impuseram um clima de terror e violência, exigindo desculpas publicas por doze “figuras” publicadas num jornal dinamarquês.
O ressentimento não pode justificar a violência, muito menos, quando dirigida contra inocentes.
Como podemos viver sem desculpas, quando a nossa desgraça é alegria alheia!?
Como podemos penitenciar a nossa dignidade, quando à mínima obstinação , ajoelhamos às atrocidades e à violência!?
Ninguém evolui no medo e na tolerância exagerada.
As desculpas de hoje, serão a caricatura de amanhã.
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