Wednesday, November 09, 2011

O homem sonha e a obra nasce



O início de qualquer projecto começa com um pequeno segundo de distanciamento, ilusão.
Um sonho, mais ou menos exuberante, impulsiona desejos, aproxima vontades.

Fernando Pessoa disse que a origem está na vontade de Deus. A minha vontade esteve sempre ligada a conhecer novas fronteiras, ganhar mundo, alargar horizontes.
Sonhei conhecer a Indochina.

Vietname: horas de filmes” hollywoodescos”, os horrores da guerra, a geometria dos chapéus estranhos, a imponência dos nomes fortes (Hanoi; Saigão)

Cambodja: a marca Pal Pot , Kmer Vermelho, a magia dos templos perdidos na floresta (Angkor Wat).

Tailândia (embora estritamente possa não ser considerada Indochina): a comida nas ruas, as casas flutuantes, o caos organizado, Bangcoque.

Sonhei e a “obra” está quase a nascer!
Esforcei-me por castrar expectativas, vou de espírito aberto, mas reconheço que a espera (longa!) alimentou o sonho.

Parto com a certeza que voltarei com sonhos reforçados, ávido que a obra volte a nascer.

Thursday, August 04, 2011

Lugares comuns



Jogos matinais

Quando o despertador toca o cérebro desenvolve uma capacidade de desculpar todo e qualquer segundo de sono. “Só mais um minuto”. O “minuto” continua a ter 60 segundos, na prática não nos serve de nada, mas naquele momento, aqueles 60 segundos são tudo.
Aviso: não deixem a última matéria para estudar às 6:00 da manhã. “ Vou por o despertador para as 6:00 e ainda estudo antes de ir para o exame”. Não estudam nada. O despertador toca, o cérebro pede mais um minuto e quando dão pelas horas…Não funciona!

Vício crocante

Admito: Sou viciado em todo e qualquer tipo de alimento crocante. Não sei se pelo som, pelo sabor, pela conjugação. O vício atinge toda a sua força nas batatas fritas tipo “ruffles”. Impossível comer só uma. Impossível mesmo.

Viagem no tempo

Nos últimos tempos tenho feito bastantes kms. Nada como o rádio para nos fazer companhia, A1 para cima, A1 para baixo. Acredito que todos temos uma banda sonora que caracteriza fases do nosso crescimento. Cada musica uma etapa, um momento, um grupo de amigos, um local. Muitas vezes dou por mim a reviver tudo isto ao som da vontade do Sr. da rádio. Acho que estou a ficar velho!

O Juízo que não vem

Cresci a ouvir: “Já tens idade para ter juízo”. De facto se o juízo viesse com a idade, já cá devia estar.
Mas não está. Pelo menos todo.
Conheço muita gente feliz que continua à espera…

Nostalgia: versão Domingo à tarde

Não gosto dos Domingos à tarde. Não sei se é pela proximidade da segunda-feira, se pelas estações televisivas escolherem os piores filmes (animais que falam, comédias ridículas, filmes com a cor queimada pelas repetições), se por a sportv não estar autorizada a transmitir jogos de futebol, se…. Há pelos menos mais umas dezenas de “ses” que podiam explicar este meu sentimento pelas tardes de domingo. Pouco altera com o chegar da noite. Ninguém janta ao Domingo. É a refeição da “sopa+qualquer coisa”. Tudo isto ao som das opiniões do Marcelo. Não gosto!

Friday, July 29, 2011

Base Lusitana




Em alturas de dificuldade, crises profundas, a união será sempre uma mais valia. A concentração de esforços, de meios, permite uma resposta mais eficaz.

Terá necessariamente a união obrigar a uma igualdade de comportamentos? Num plano teórico seria a melhor solução, a mais eficaz.
Na realidade da União Europeia a igualdade será sempre uma utopia.
Um Alemão será sempre Alemão, com as suas características, qualidades, defeitos. A história da Alemanha é absolutamente diferente dos países do sul da Europa.

Projectando o ideal alemão para o “mundo” português, a intenção morre à nascença de uma forma desastrosa.
Dificilmente formas de pensar germânicas se enquadram na nossa sociedade, na nossa forma de agir e viver.
Acredito que princípios gerais, leis rígidas de controlo, consigam nivelar o essencial de uma convivência saudável, justa e equilibrada.

A nossa história, a nossa cultura moldam a forma de agir, o temperamento, a matriz da nossa sociedade.

Viver enclausurados por normas estrangeiras estrangula tudo isto. Viveremos como um animal em cativeiro, identificados como portugueses, mas com o passar dos tempos seremos só uma imagem do que fomos, sem alma e sem fado.

Nenhum Eça, nenhuma Amália surgirá neste contexto.
As futuras gerações merecem as nossas qualidades e devem gerir de forma construtiva os nossos defeitos e evoluir no sentido de nos tornar mais fortes, mais competitivos, mais rigorosos, mas justos com o nosso passado e com a nossa história.

Não devemos fugir da realidade, assumindo o nosso descontrolo orçamental, a vida irreal que construímos.
Temos de viver com o que produzimos!
Temos de produzir mais!

Acredito que vamos reagir, voltar a ser credíveis.

Equilibrando esta viagem com espírito de união, sustentados em base lusitana, com vento europeu a favor, saberemos se, no futuro, este esforço individual será uma vitória nossa.

Se

Se um dia houver um todo
Que seja pela tua parte
Pela sede da tua raiz
Pela tua alma, pela nossa arte

Se um dia chegar
Que venha pela mão do destino
Que traga ventos, mudança
Que mova mundos, nutra esperança

Se um dia se mover
Que emerja do chão
Impregne ira, vontade
Destrua muralhas, imaturidade

Se um dia acabar
Que morra esgotado
Na praia, sem forças
Vivido, toureado


Se um dia for
Que seja, … estou preparado!