
Ninguém compreende uma sociedade moderna amputada de regime democrata.
Crescemos com a sensação, que este regime protege a nossa individualidade, respeita direitos fundamentais, faz de nós elementos activos de decisão.
Parece lógico, que o acto de escolher é sinónimo de tentativa de evolução social, de vontade de crescer, melhorar, mudar. Mas a sede de mudança é algo que nos deve preocupar.
A mudança implica uma responsabilidade acrescida.
As sociedades modernas, marcadas por intolerância, corrupção, ódios crescentes, são propícias a tentativas desenfreadas, saltos no escuro em busca de uma fuga, que pode ser a perdição.
O voto é uma arma silenciosa.
Os resultados das legislativas palestinianas, (as primeiras realizadas nos territórios palestinianos em dez anos, com a participação de 77 por cento dos cerca de 1.35 milhões de eleitores escritos), são um exemplo do” perigoso regime democrático”.
O movimento islamista Hamas conquistou a maioria, elegendo 76 dos 132 deputados do Conselho Legislativo (Parlamento).
A vitória do Hamas lança uma nova sombra sobre o processo de paz no Médio Oriente, já que o movimento, agora no poder, não reconhece a existência do Estado de Israel e garante que não irá renunciar à luta armada. Por seu lado, Israel garante que não irá negociar “com um Governo terrorista”.
Com o poder do voto, os palestinianos escolheram, mudaram. A Democracia assim o permitiu.
A prática da liberdade estimula auto correcções que ajudam a acelerar o desenvolvimento de uma nação. No entanto, a Democracia não é a mãe da liberdade, é apenas uma ferramenta que bem usada facilita a sua preservação.
A Democracia não detém o poder de evolução, ela tanto pode ajudar a prosperar como contribuir à ruína e destruição.
Institucionalizar a liberdade é uma obrigação. A escolha um dever.
As consequências seguirão o seu destino…